Era uma vez um Gafanhoto. Que se chamava Risotto.
O Gafanhoto Risotto passava os dias a saltar. Saltava de pedra em pedra, saltava de árvore em árvore, de flor em flor, no chão, nos telhados das casas, em todo o lado.
Um dia, deu um salto tão forte, mas tão forte que foi parar à cozinha da D. Amélia e quando entrou, deitou ao chão um pote de vidro. O pote rolou, rolou pelo chão e abriu-se, saindo de lá um mágico.
O Gafanhoto Risotto assustou-se e perguntou:
– Quem és tu?
E o mágico respondeu numa voz sonante e forte:
– Sou o Génio do Pote.
– Uhm…mas o que estás aqui a fazer? – perguntou o Gafanhoto muito desconfiado.
– Tenho poderes mágicos e como foste tu que me libertaste do pote, vou conceder-te três desejos.
– A quem, a mim? – espantou-se o Gafanhoto.
– Sim, a ti, o meu libertador.
– Ó pá, a sério? Que fixe! Nunca ganhei nada na vida, que espectacular! – e dava pulos de alegria, muito altos, porque afinal o que ele sabia fazer melhor era saltar.
– Pensa bem, Gafanhoto Risotto, escolhe bem cada um dos teus desejos.
O Gafanhoto estava tão feliz que nem pensou duas vezes:
– Já sei. Quero dez quilos de gomas.
– Dez quilos de gomas??? Tens a certeza? – perguntou o Génio um bocado chateado.
– Sim, sim, tenho, é mesmo isso que quero.
– Então, aqui tens. Pliiim.
E no meio da cozinha da D. Amélia, apareceram dez quilos de gomas de todas as cores e feitios. O Gafanhoto começou logo a engolir as gomas. Pretas, vermelhas, em forma de ursinho e lagarta, ovos estrelados, bolinhas, tubinhos, amarelas, multicolores.
E de repente, começou a ficar com uma grande dor de barriga.
– Ai, ai, a minha barriga. Ai, tenho tantas dores, dói-me tanto a minha barriguinha. Preciso muito de ajuda. Queria tanto um comprimido para a dor de barriga…
O Génio do Pote ouviu o Gafanhoto e disse:
– É esse o teu segundo desejo? Um comprimido para a dor de barriga?
– Sim, sim, por favor, despacha-te lá que eu já não aguento mais, tenho muitas dores – respondeu o Gafanhoto muito aflito, agarrado à barriga.
O Génio do Pote, com os seus poderes mágicas, fez aparecer um comprimido para a dor de barriga e um copo de água. Plim!!!
O Risotto meteu o comprimido na boca, bebeu a água toda do copo e passados uns minutos, já se estava a sentir melhor.
– Obrigado, Génio! Já não aguentava mais.
O Génio esperou um bocadinho e disse:
– Gafanhoto Risotto, tens direito a mais um desejo, o teu último desejo. Pensa bem!
O Gafanhoto ficou muito nervoso, era o seu último desejo, tinha que escolher bem. Pensou, pensou, pensou, até que descobriu o que queria.
– Génio, já sei o que quero. Dez copos de Play-doh.
– Play-doh? Que é essa porcaria? – respondeu o Génio um bocado farto dos pedidos do Gafanhoto.
– Não sabes o que é Play-doh? É uma massa de modelar, feita com sal, farinha e água e corantes, e como não tem óleos não se agarra ao chão e é muito fácil de modelar e…
– Pronto, está bem, está bem, já percebi. Tens mesmo a certeza que é esse o teu desejo? – disse o Génio.
– Sim, tenho! – respondeu o Gafanhoto muito orgulhoso do seu pedido.
O Génio abriu e fechou as mãos várias vezes, abriu muito os braços e quando disse Plim!, dez copos de play-doh apareceram no chão da cozinha da D. Amélia, de muitas cores e até um copo de cor preta.
“Obrigado!” disse o Gafanhoto que começou logo a construir a sua casa. As paredes amarelas, janelas roxas, uma porta verde com uma maçaneta vermelha, o telhado castanho e uma chaminé branca. Fez também uma varanda azul para poder apanhar banhos de sol.
Olhou para a sua casa. E sorriu. Estava tão linda! Abriu a porta, levou consigo os copos e entrou na sua casa nova. Agora já podia abrigar-se da chuva e convidar os amigos para um lanchinho. Lembrou-se que era giro que os seus amigos, os que não eram gafanhotos, conseguissem saltar tão alto quanto ele. Achou que o melhor que tinha a fazer, era construir um trampolim com play-doh azul, vermelho e amarelo no meio da sua sala nova.
Vitória, vitória, acabou-se a história.
by mamã cereja
(moral da história…
- ser muito guloso faz mal à barriga
- não desperdices as tuas oportunidades em coisas que te podem fazer mal
- podes ser tu próprio a construir o teu futuro
- há sempre um amigo que te pode ajudar
…ou outra)
2 Comentários
Fernando Ribeiro
14 Janeiro, 2016 às 13:52Já lá diz o velho ditado quem tudo quer nada tem e aqui está o que faz não pensar antes no que deveria pedir…
Primeiro deveremos pensar bem no que nos faz falta.
Nunca pedir coisas supérfluas…
Um abraço
Fernando Ribeiro
mamã cereja
16 Janeiro, 2016 às 10:50É verdade! Abraço 🙂