Da linguagem: Eu – Laura, não posso pôr a música mais alta (quer sempre dançar com a música em altos berros) L – Porquê? Eu – Porque o rádio estraga-se. L – E o teu? Eu – Qual meu? L – O que está no teu quarto. Na tua cabecinha-cabeceira. Até que fica giro, o nome. Eu (a conduzir e a espingardar com as pessoas cheias de…
Não sei o que é ser gémea. Não sei o que é ter um irmão desde o primeiro segundo da nossa vida, lá dentro, ainda na barriga da mãe. Não sei o que é partilhar desde tão cedo o lar com um irmão. Só comecei a ter essa sensação aos 6 anos de idade. E sei, tenho a certeza, que ter irmãos faz bem. É ter sempre alguém…
Há pouco, quando as deitava, no final do primeiro dia a seguir a 150 de licença de maternidade: Eu – Por favor, adormeçam rápido que a mamã está muito cansada. L – Porquê? Eu – Porque a mamã voltou ao trabalho e está cansada. L – Mas porquê? Eu – A mamã já não trabalhava há algum tempo e foi difícil, foi um bocado difícil. Silêncio. L –…
O ano passado foi assim e este ano dividimos a coisa em duas partes, uma com os amigos que não são da escola e outra mais tarde, a meias com outra amiga e com os amigos da “escola nova”, como elas dizem. Esteve-se bem, mas podia ter sido o “fiasco” do século porque: – não fiz convite, valeu-me um vídeo feito a correr e não editado. – este ano…
Eu – Ó Laura, podes apanhar isso que caíu para o chão, por favor? (tinha caído a tampinha de um mini-corneto que lhe estava a descascar). L – Posso. Mas devagarinho que há coisas que os doentes não podem fazer. Evidentemente! L – O que foi? (depois de me ver meter a mão na barriga) Eu – Dói-me a barriga. J – Acho que estás a ter…
Eu queria ter tido um dia da mãe fofinho agora que até tenho mais um filho. Eu queria ter feito um passeio com a malta toda atrás e tirado fotos do amontoado. Eu queria, mas não tive um dia da mãe assim. Choveu o santo dia todo. O passeio e as fotos ficaram logo para outro dia qualquer. Tossiram o santo dia todo. O tal dia fofinho tornou-se…
Ainda hoje, três meses depois, me perguntaram como reagiram as cerejinhas à chegada do mano. Posso dizer que, três meses depois, tudo está sereno e doce. Tive medo de não conseguir dar atenção e carinho aos três ao mesmo tempo, a duas miúdas com três anos e meio, na fase crítica das birras e depois de uma mudança de escola, e a um recém-nascido, um bébé a crescer…
J – Mamã, acho que um dia vou querer ter um bébé. E eu vou ter um netinho 🙂 Após vários meses e insistências, conseguimos que a J fizesse cócó na sanita e eu fiz uma festa enorme. Gritei tão alto “que bom filha, conseguiste, estou tão feliz” que da vez seguinte ela pediu-me, antes de começar a fazer, “mamã, por favor, hoje não fazes nenhuma festa…
Flores para dar à vóvó. A ermida na capela ao pé de casa. A cerejinha L disse que era o teatro do tarzan. Estivemos no parque até ser quase de noite. Estava calor. Páscoa também são batatas fritas. Uma montra tão típica da minha terra. A cerejinha L pediu para pôr os meus óculos no mano. Ficam-lhe bem e demos muitas gargalhadas. Pediram para tirar uma foto naquela…
Quando chegamos vamos sempre tomar café à Nanda. Chama-se Pastelaria Jardim, mas para mim sempre foi a Nanda. Vão sempre deitar flores para a água. A cerejinha L sobe sempre àquela árvore. Este ano voltámos ao parque dos baloiços. A cerejinha J tem medo do escorrega do tubo. A cerejinha L refila com os meninos crescidos porque não a deixam escorregar em paz. O parque tem muitos escorregas…